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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O mais populoso dos Estados Unidos - Fevereiro 19


Mal era dia: a temperatura que não se mede, mas  que se verifica na face, congela-se. Frio, a pressa intrínseca, interna, mais o calor do porvir. Com direito a um bom dia pela antiga linha de tróleibus Mattapan-Ashmont, que contém um portal para o tempo, para onde o bilhete não era mais vendido; era o ontem mandando ir para a frente. Na Estação Sul – South Station -  o encapuzado rapaz da Ônibus Bolt gritava, compasado, mas estridente, numa linguagem voltada dos expectadores, semi-universal: "Nova Iorque, 8 da manhã, Nova Iorque!" .

Desafio é dar nome aos segundos! Mas as horas eram só quatro, no que dava para pensar sem cansar. Salvo o conhecido: ao meu lado um homem pergunta de onde eu sou; e ri – Sou casado com uma brasileira! Esse é meu filho, está indo para Belo Horizonte. Ao que contei-lhe que eu pegaria um voo de muitas milhas, em algumas horas, para São Francisco. Artisticamente o estadunidense manobrava o português, quase fluente. Cansaço que houvesse, estrada-estrada, uma prosa simpática decorreu-se até Manhattan.

 O voo: noturno. Tomamos café da manhã na cidade de Nova Iorque, no Mud. O calor abafado no interior do ambiente convidava incontinenti para comermos. No meio tempo entre o voo e o ócio, quando se define, encontramos o amigo do Cory, o qual trabalha para a Google , com quem andamos sem rumo pela Broadway e outras ruas. No fim da tarde, já não tínhamos o tempo todo, seriam mais de vinte estações de metrô até o JFK – aeroporto -, sabendo-se, infelizmente, que um voo é um tanto imperdível; esse mal cálculo nos levou a tomar um táxi – yellow cab. Conforto tem preço, você dirá; mas falamos sobre política com o motorista haitiano, pelas ruas da interminável cidade.

Na poltrona ao meu lado, a senhorita levava um cachorrinho yorkshire cego de um olho. Cachorros que não lambem, adoro; aquele me incomodava. Isso não sucedeu maiores intercorrências. Devo fazer ponto à inevitável imobilidade a que fui submetido, pois do lado oposto do yorkshire havia uma figura antipática, desagradável e que dormia para sempre. Ou quase, por infortúnio: se para sempre, não roncaria. Em São Francisco, o moderno aeroporto e o trem bart fazem as boas-vindas: espelho do desenvolvimento sudoeste. Estávamos na Califórnia, bela e singular, dez graus a mais e três horas a menos com relação a Massachusets. Desembarcando algum tempo depois do bart, na estação Montgomery, dirigimo-nos a um hostel chamado Pacific Tradewinds. Localizado quase dentro do bairro chinês da cidade, esse hostel mostrou-se bastante receptivo e confortável, até devido às figuras ímpares que se alternavam na recepção.

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